
A maçonaria, forma reduzia de franco-maçonaria, é uma sociedade secreta de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, a humanidade, os princípios da liberdade, da democracia e da igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica.
Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por oficinas, ateliês (mais conhecidas) ou como lojas, sendo elas todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si.
A maçonaria é renegada pelas mais diversas denominações cristãs, deve-se isso sobretudo à adoração a uma entidade gnóstica não cristã chamada “Grande Arquitecto do Universo” e ao carácter secreto da Maçonaria.
A origem da maçonaria provém da lendas de Ísis e Osíris Egipto ao culto Mitra, vindo até à Ordem dos Templários e à Fraternidade Rosa Cruz.
O nome de Maçonaria provém do francês “maçonnerie”, que significa “construção”. Esta construção é feita pelos maçons nas suas Lojas (Lodges). Alguns autores defendem que a palavra mais antiga teria origem na “copta”, cujo significado é “filhos da luz”.
A Maçonaria surgiu em 24 de Junho de 1717, em Londres. O termo Maçon, provém do inglês mason e do francês maçon, que quer dizer “pedreiro”, e do alemão metz.
A Maçonaria Universal utiliza o sistema de graus para transmitir os seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma iniciação a cada grau e os ensinamentos são transmitidos através de representações e símbolos.
A Maçonaria simbólica compreende três graus, variando o seu nome e o âmbito de Rito para Rito, porém a constituição dos três primeiros graus é obrigatória e está definida pela seguinte ordem, o Aprendiz, o Companheiro, e por fim o Mestre.
Os ritos compostos por procedimentos ritualísticos, são métodos utilizados para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimónias maçónicas, sendo utilizado em Portugal os principais ritos o Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito de York, o Rito Moderno e o Rito Escocês Retificado.
Na Europa, os ritos mais utilizados são o Rito de York, o Rito Escocês Antigo Aceito e o Rito Moderno (este também com nome de Rito Francês ou Moderno na Europa). Estes três ritos têm como participantes mais de 99% dos maçons especulativos.
Toda a filosofia da maçonaria é mostrada por alegorias e símbolos, que segundo Carl Gustav Jung, fazem os humanos fundamentalmente terem uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens ou símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal – os arquétipos, que ajudam os maçons a aprenderem os conceitos, gravando-os em suas mentes, para futuras associações.
Segundo Albert Pike, os símbolos maçónicos “ocultam” e não revelam os seus ensinamentos, importando revelar somente ao iniciado, e dependendo do grau em que se encontra, o nível de revelação; não sendo entretanto uma opinião compartilhada por muitos maçons.
A maçonaria apresenta aos maçons vários símbolos, distribuídos pelos diversos Graus que compõem os Ritos, e cabe a eles interpretarem e apreenderem o significado dos mesmos para construir o seu caminho. Assim, os símbolos e as alegorias fazem com que os maçons de todo o mundo se entendam, mesmo que as suas línguas sejam diferentes.
O Compasso é o símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio. Os círculos traçados com o compassam representam as lojas.
O Esquadro resulta da união da linha vertical com a linha horizontal, sendo o símbolo da rectidão e também da acção do Homem sobre a matéria e da acção do Homem sobre si mesmo. Significa que devemos regular a nossa conduta e as nossas acções pela linha e pela régua maçónica, pelo temor de Deus, a quem temos de prestar contas das nossas acções, palavras e pensamentos. Emite a ideia inflexível da imparcialidade e precisão de carácter. Simboliza a moralidade.
As Colunas são símbolos dos limites do mundo criado, da vida e da morte, do elemento masculino e do elemento feminino, do activo e do passivo.
O Avental é o elemento principal das insígnias maçónicas, sendo o símbolo do trabalho. O Avental Branco é para os aprendizes e os companheiros, o branco orlado de vermelho ou azul celeste é para os mestres.
A Estrela de Cinco Pontas, ou a Estrela do Oriente ou Iniciação, é para os Maçons Cristãos a que simbolizou o nascimento de Jesus, para estes é o símbolo do Homem Perfeito, da Humanidade plena entre Pai e Filho, as Estrelas representam as lágrimas da beleza da Criação. Representa o homem nos seus cinco aspectos, o físico, o emocional, o mental, o intuitivo e o espiritual. Totalmente realizado e uno com o Grande Arquitecto do Universo. É o homem de braços abertos, mas sem virilidade, porque dominou as paixões e emoções.
A Estrela é o emblema do génio Flamejante que levam às grande coisas com a sua influência. É o emblema da paz, do bom acolhimento e da amizade fraternal. Apresentando a ligação com os cinco elementos encontrados dentro de um homem, e que constituem o microcosmo, que são o fogo, a terra, o ar, a água e o éter (relacionado ao espírito), a estrela representa uma variedade de nomes como o pentagrama, o pentalfa, a estrela rutilante, etc. Diz-se também ser o símbolo que exalta a feminilidade uma vez que representa a deusa Venús e traz em sua forma a trajectória realizada a cada oito anos por esse planeta em relação a Terra.
A Letra G é a sétima letra de qualquer alfabeto que utilize o grafismo árabe e apresenta diversos significados como a Geometria ou a Quinta Ciência, a Gnose, a Gravitação, a Geração, o Génio, a Grandeza, o Gimel.
A Acácia é a planta símbolo por excelência da Maçonaria, sendo utilizada pelos Mestres Maçons como sinal de identificação, representa a segurança, a clareza, e também a inocência ou pureza. A Acácia foi tida na antiguidade, entre os hebreus, como a árvore sagrada e adoptada como símbolo maçónico. Os antigos costumavam simbolizar a virtude e outras qualidade da alma com diversas plantas. A Acácia é inicialmente um símbolo da verdadeira iniciação para uma nova vida, a ressurreição para uma vida futura.
O Grande Oriente Lusitano é a mais antiga Obediência Maçónica Portuguesa, fundada em 1802.
O Grande Oriente Lusitano integra-se na corrente liberal maçónica, defendendo a absoluta liberdade de consciência e o adogmatismo.
A sua história está intimamente ligada à do País desde então, onde as grandes mudanças que Portugal conheceu nos séculos XIX e XX tiveram uma forte influência da acção da Maçonaria, com a Revolução Liberal de 1820, a Abolição da Pena de Morte em 1867 e a Implantação da República em 1910.
Era visto como uma força de motriz no anticlericalismo dos liberais.
Os Lusitanos eram a favor a contribuição dos direitos monetários a todos os governadores em plena fiel coordenação, o Grande Oriente Lusitano, conheceu ao longo da sua história, momentos de feroz perseguição, pelas alas mais conservadoras e reaccionárias da sociedade. Entre esses momentos destaca-se a proibição durante o Estado Novo, que forçou os seus membros à clandestinidade e, por frequentes vezes, à prisão ou ao exílio dos políticos.
Durante o período de clandestinidade, o Grande Oriente Lusitano viu os seus bens confiscados e o Palácio Maçónico ocupado pela Legião Portuguesa.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, o Grande Oriente Lusitano pôde voltar à luz do dia, tendo-lhes sido devolvidos os seus bens anteriormente confiscados.
O Grande Oriente Lusitano funciona sobre o Rito Escocês Antigo e Aceito e sobre o Rito Francês.
Em Portugal temos várias Ordens maçónicas, no qual temos também a Ordem Maçónica Mista Internacional “Le Droit Humain” ou “Droit Humain” internacionalmente é uma Obediência maçónica universal que se constitui pelo esforço conjunto de Maria Deraismes e Georges Martin, bem como outros homens e mulheres iniciados.
Esta Obediência maçónica em contraste com outras Obediências maçónicas que só operam com base numa jurisdição estadual regional ou de âmbito nacional insere-se no quadro das Ordens Globais sendo uma fraternidade universal com um organismo em cada um dos países em que opera, em Portugal, esse organismo é uma Federação.